Como foi o vosso pós-Natal? Para muitos dia de regresso a casa, para outros ao trabalho, e para outros continuação de férias. Eu misturo tudo, tirando o regresso a casa, que não saí dela para passar o Natal. Hoje quero falar-vos de História. A História dos Países é para muitas pessoas, algo muito assustador. Mas a história não é assustadora. Eu acredito por exemplo que se em algum momento da minha vida tivesse encontrado na disciplina de História o Professor José Hermano Saraiva, teria seguido história. Podemos aprender e contar "História" de forma interessante. E é isso que é apaixonante na história. Eu sou uma pessoa que adoro histórias e contar histórias. E há algumas, que por um motivo ou outro me tocam. Esta história da História é uma delas. A história da Infanta de Portugal, que foi Rainha de Espanha e que fundou o Museu do Prado. Hoje faz 198 anos que morreu D. Isabel de Bragança.
Dona Isabel de Bragança era filha de D. João VI e de D.
Carlota Joaquina…Em 1807, durante a primeira invasão francesa, a família real portuguesa,
muda-se para o Brasil, para impedir a perda da coroa e da independência…o “passaporte”
de regresso surge quando o irmão de Dona Carlota Joaquina, restaura a dinastia
Borbón e escreve-lhe a pedir a mão da filha…e a mão de Maria Francisca, irmã menor
de Maria Isabel, para o seu irmão…Os Reis de Portugal não pensaram duas vezes e
as Infantas embarcam então rumo a Cádis onde chegam cinco meses depois…
Um (neste caso dois) típico casamento combinado que na
altura, as mulheres não tinham escolha (bem, e a bom da verdade, diga-se que
muitas vezes nem os homens, muita coisa era feita no interesse das coroas).
Conta a história da história que Maria Isabel de Bragança
teve uma recepção estranha na capital espanhola. Marsilio Cassotti escreve no
livro “Infantas de Portugal, Rainhas em Espanha” que as duas raparigas são
aceites sem dote, o que foi verdade porque na altura com as guerras as
economias estavam em baixo. Na mesma obra, Maria Isabel é descrita como
“roliça, descorada, de olhos esbugalhados, nariz proeminente, boca pequena e
aspecto pouco inteligente. Verdade seja dita: Fernando VII também não é
encantador. “Tem baixa estatura, forte compleição, o nariz monumental e o gesto
antipático”, escreve Cassotti, além de “modos camponeses”.
Pobre D. Isabel, que pouco simpáticos, mas ela afinal sabia
das coisas, e rapidamente deu a volta ao assunto. Apesar da primeira impressão negativa,
a portuguesa conquistou rapidamente os espanhóis ao mandar desmarcar os festejos
em honra do seu casamento para não aumentar o sacrifício do povo, muito
massacrado pelas dificuldades trazidas pela Guerra da Independência.
Mas nem tudo lhe corre de feição, até porque o marido não é
um homem apaixonado. Após o nascimento da primeira filha, Maria Isabel de
Bragança surpreende a corte espanhola com a decisão de amamentá-la. Não era
costume da aristocracia, muito menos da família real. A bebé não sobrevive. E a
segunda gravidez não tarda.
Confesso. Vamos entrar na parte que me faz vir as lágrimas
aos olhos.
O parto é difícil e prolongado. O esforço e o cansaço
provocam convulsões que paralisam o corpo da rainha. Parece morta. Maria Isabel
sofre de epilepsia, mas os cirurgiões que a acompanham desconhecem esse facto.
Por isso, pedem ao rei uma cesariana de emergência para salvar o feto. A irmã mais nova, Maria Francisca bem os avisou da doença e disse-lhes que ela podia
estar viva, para não avançarem. Mas, eles não a ouviram. Não a quiseram ouvir
e a cirurgia avança. Quando lhe cortam o ventre, Maria Isabel grita de dor, mas
a operação continua e dá origem a uma grande hemorragia. A paciente não
resiste. Nas ruas, começa a circular o boato de que a rainha morreu duas vezes.
Primeiro a mãe e minutos depois o bebé acaba por morrer. O
Trágico dia em que a Infanta de Portugal, que foi Rainha de Espanha, morreu
duas vezes. 26 de Dezembro de 1818.
Nesse trágico dia, já se encontravam depositados no Museu do
Prado, o mais importante da Espanha e um dos principais museus do mundo, a pedido
da rainha, 850 quadros. A pinacoteca abre ao público em Novembro do ano
seguinte, sem a presença da sua fundadora. Podem dar uma vista de olhos pelo
Museu aqui https://www.museodelprado.es/
Não sou historiadora, espero não ter cometido muitos erros
por aqui, se algum historiador ler, que me diga por favor. Apenas me apaixonei
pela Infanta de Portugal, Rainha de Espanha, que morreu duas vezes.
Divirtam-se
Sejam felizes
Beijinhos ❤
Sem comentários:
Enviar um comentário