quinta-feira, 29 de setembro de 2016

A Rádio o meu ar

Nestas breves linhas/fotos que se seguem está a história de uma paixão. Um trabalho que nunca foi um trabalho, foi e sempre será um prazer.
A minha história na Rádio começou no início dos anos 80. Era a época das “rádios pirata” e pediam, numa delas, locutores. A promoção que mudou a minha vida dizia “Se queres ser Locutor de rádio, junta-te a nós, inscreve-te”.
Na altura apenas pensei algo como “Ena! Isto é que era giro!”. Inscrevi-me e a então “Rádio Saturno” lá achou que eu tinha voz e algum jeito – o suficiente para me darem a oportunidade de fazer um programa, de duas horas, à tarde. Tive ainda uma breve passagem, num programa nocturno, numa outra estação, com estúdios num Centro Comercial em Queluz: a “Rádio 11”. Com o processo de legalização das rádios e o fecho dessas ditas “rádio pirata”, acabei a trabalhar em vários outros empregos, especialmente em escritórios e ao balcão de lojinhas.

Certo dia feliz, numa dessas lojinhas, entrou um vendedor de publicidade e fizemos conversa. Rádio para cá, rádio para lá, acabou por desafiar-me a ir fazer um programa com ele, de madrugada, ao fim-de-semana. 



Foi o meu regresso aos microfones, e a minha entrada na Rádio Nova Antena, que guardo com tanto carinho no meu coração. Uma noite em que o jornalista de serviço faltou, disseram-me:
“- Carla, vais tu fazer as notícias, esta madrugada!”
Com o medo-quase-pânico da primeira vez, mas cheia de adrenalina, a coisa correu bastante bem. No dia seguinte, fui chamada pela então direcção da Rádio (querido Senhor António Veloso que ainda hoje me dá a honra de sermos amigos) para começar a trabalhar na informação/programação da Rádio. 



Na altura, o CENJOR - Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas tinha começado a dar os primeiros passos e até ia dar os seus cursos de formação às Rádios. Cursei uma série de módulos, ministrados pelos melhores jornalistas daquele tempo; e percebi o quanto estava, na verdade, apaixonada pelo meu trabalho. 




É assim sempre. Até hoje. O jornalismo radiofónico foi sempre algo que eu tinha a sorte de fazer, com prazer e amor diariamente renovados.
Nesta altura estou a editar, a partir de Lisboa, os noticiários em português para a CHIN (Uma rádio que emite em Português, em Toronto, Canadá).
O Rádio Clube Português foi a minha ultima Rádio Nacional. Sonho, porque ainda não paga imposto, regressar a uma Rádio em Portugal. 





A Rádio é, para mim, como o ar que respiro. E estou com falta de ar.
Beijinhos 

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