quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Cirurgia de Obesidade

Olá,

Boa quarta-feira, como está a correr a vossa semana?

O Governo anunciou esta semana que vai avançar com um programa para reduzir as listas de espera nas cirurgias da obesidade e operar dois mil doentes em 2017. Parabéns ao governo, ou será que não?
Vários pontos:

- A saúde é um direito de todos, obesos e não obesos, logo se a pessoa precisa de ser operada, nem devia sequer de estar em listas de espera. Aplaudir essa redução? As listas nem deviam existir e ponto. E sim, estou a ser má. 
A cirurgia comporta todo um processo que passa por psicólogos, nutricionistas e no final cirurgia plástica reconstrutiva. Ops. Vai doer o que vou escrever a seguir.


                      Esta foto tem quatro anos, é de quando fiz o by pass


1 – Psicólogos - a falta de profissionais nos hospitais públicos é evidente. Quando fiz o meu bypass fui observada por um psicólogo logo após a cirurgia, ainda na enfermaria, e agora quatro anos depois ainda espero por uma segunda consulta (adiante, eu “psicologiso-me”)

2 – Nutricionistas – o mesmo problema do anterior. Faltam profissionais destes no Serviço Nacional de Saúde, isto quer dizer o quê? Que as pessoas que são operadas, levam para casa um plano nutricional, uma consulta marcada para daí a um mês, e depois dessa, adeus, gostei de te ver até daqui a seis meses ou um ano. Oh meus caros, quem faz uma cirurgia deste tipo, se tem coisa que precisa é de nutricionista. Uma visita mensal, no mínimo a um clínico destes é fundamental.
Bem e já vamos aqui em dois pontos (não são histórias, passou-se comigo). E agora sim o supra sumo do ridículo.

Cirurgia plástica reconstrutiva – Quando se perde muito peso, este passo é fundamental. Não é (só) uma questão estética, é aliás e sobretudo, uma questão de saúde. Quem fica com “peles penduradas” por ter perdido muito peso enfrenta vários problemas. O simples facto de ter peles faz com que a pessoa transpire muito e a fricção de uma pele na outra…Conseguem imaginar o que isso provoca? Isso que o povo chama vulgarmente de “assaduras”, e, pior, mau cheiro.
Mas, e agora vou ser má, os cirurgiões plásticos do SNS estão-se borrifando para isso.
É inacreditável que um doente que perde uma grande quantidade de peso (60 kilos chega?) seja reencaminhado pelo cirurgião do bypass para a cirurgia reconstrutiva e a mesma cirurgia reconstrutiva escreve ao doente a pedir mais dados clínicos. O doente é o melhor dado clínico por si., se marcassem a consulta seria fácil obter todos os dados. Na falta disso, que tal pedir esses dados ao médico que encaminhou o doente, e que aparentemente não forneceu o que devia ter fornecido ao colega?

Pois bem estas histórias acontecem, e sabem como se desbloqueia um processo bloqueado desta forma? Recorrendo ao Provedor de Justiça. Só assim se consegue uma marcação numa cirurgia deste género que nestes casos é fundamental.





Posto isto muito mais há para dizer. Muito mais eu irei escrever sobre estas situações e outras do género aqui no meu blogue.
São coisas reais, não é conversa de treta que a mim ninguém me paga, nem lucro nada com isto (com sorte ainda me prejudico).
Há uma associação de obesos em Portugal, gostava que falassem abertamente sobre a obesidade e se deixassem de conversas politicamente correctas. Gostava que a imprensa escrita deste país fosse ver na realidade como são estas coisas. Que mostrassem o verdadeiro lado do obeso e não aquilo que é giro mostrar. Ser obeso, não é giro.

Nunca vão ter da minha pessoa um aplauso para uma iniciativa do governo na área da saúde.
São tudo balelas e conversas de treta que só servem para publicidade dos seus próprios umbigos (seja que governo for, esquerda, centro, direita o que for) na realidade, no dia-a-dia. não funcionam e como diz o povo “quem se lixa é o mexilhão”.

Beijos. 
Divirtam-se.
 

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